Lembram daquelas músicas que gravamos? Aqui vai uma prova do que foi… e um aperitivo pro que vem!
“Espiritualidade emanando. Sussurros correm baixo entre as pernas e pés. Batem forte ao chão, tendo como companheiro o takuapú. Corpos morenos adornados por branco e lábios anunciando sorrisos não revelados. Perceptíveis todavia. Abrem-se e libertam o som. Troteiam não sei aonde, pois o que se desloca são nossos interiores, somente. Interiorização. Apneia.”
Lembram daquelas músicas que gravamos? Aqui vai uma prova do que foi… e um aperitivo pro que vem!
“O som do tambor ecoou pela mata naquele sábado. A comunidade foi chegando a pé com seus instrumentos ao passo que alguns eram buscados de carro devido ao cansaço carregado nas pernas enrugadas de histórias. Nosso estúdio não era cercado por espumas e concreto mas de verde, um verde que inspira, remete aos tempos quando cantigas eram entoadas em roda, entorno ao fogo que à noite esquentava os tambores pela ausência do sol. Dizem que a técnica de esquentar o couro fora adquirida por diálogos com os negros, vindos da África. Que o som do tambor indígena era agudo e fraco, quase servindo apenas de marcação rítmica. Muitas dúvidas pairam sobre a formação do que hoje chamamos de congo, de canções outrora chamadas de cantigas de roda, dança do tambor, dança do guerreiro.”
Voltamos com nossa equipe para mais uma oficina, pois na primeira o grupo de jovens Tupinikim, nosso público alvo almejado, estava viajando para o Rio +20 e não pôde participar. Como combinado, vários deles compareceram e, para nossa surpresa, muitos que participaram da primeira oficina retornaram, e com a mesma empolgação ou até mais!
Mais uma vez promovemos um dia agradável e produtivo para ambos, oficineiros e oficinandos. Estávamos mais seguros de nossas performances e eles mais habituados aos equipamentos e técnicas exploradas. O que vimos acontecer durante a tarde, quando produzem de fato o vídeo, foi de surpreender. Vimos alí uma equipe coesa e proativa, trabalhando juntos para que o vídeo saísse como haviam planejado. A autonomia presente nas atitudes, a segurança ao assumir as funções que estudaram nas aulas específicas, tudo estava evidente. Muito satisfatório acompanhar a produção apenas oferecendo suporte técnico quando preciso, quem sabe acompanhado de um toque ou outro mas jamais interferindo na linha que estavam seguindo.
Parabenizo de coração quem participou. Oficineiros por terem sido precisos em suas oficinas e, principalmente, oficinandos por terem atingido o que atingiram. Abaixo está!
Há um tempo devíamos ter postado o vídeo. Ficamos em dívida com a rapazeada, formada principalmente por adolescentes, que o produziram e filmaram, e que nos cobraram bastante! Chama-se “A Dívida”. É com muito orgulho que apresentamos o resultado de nossa primeira oficina nas aldeias. Aqui vai!
Será o início da carreira de videomaker de alguns participantes? O projeto Vídeo nas Aldeias os espera!!
Em breve mais posts, dessa vez sobre a gravação das músicas étnicas, uma experiência inenarrável para todos. Visitem-nos!