Após tanta produção, e do site cada vez mais recheado, chegamos a um momento importante do projeto que é de divulgá-lo. As culturas indígenas sempre estiveram aí, produzindo, se expressando, falando, existindo. Nós não precisamos dar voz à eles porque sempre tiveram, e falaram. Precisamos dar ouvidos, olhos, olfato, tato, sentí-los. Eles não são invisíveis, e se se permite, muito gosta do que deixam visível. – E invisível.
Trecho inicial da reportagem do Faesa Digital:
“Tradições passadas de geração a geração e que mantêm viva a história e a tradição dos povos indígenas do Espírito Santo. Revelar essas tradições, por meio de audiovisuais, foi o objetivo do trabalho produzido pelo aluno de Rádio e TV Caio Perim.
Caio conta que a ideia do projeto surgiu enquanto viajava pela Tailândia. Uma das ações desenvolvidas durante o projeto era que alunos de Rádio e TV da Faesa ensinassem o processo de produção de um produto audiovisual por meio de oficinas aos índios. Numa das etapas do projeto, músicas e vídeos foram produzidos pelos próprios índios das etnias Tupinikim e Guarani. “Facilitado por um espírito em equipe e uma produção com pouquíssimos deslizes, os músicos compareceram e uma estrutura completa para gravação de áudio estava montada, pronta para o set mais que especial que tivemos, no meio da mata, embaixo de lindas árvores de floresta local. Os equipamentos foram emprestados por amigos, membros da equipe e os meus. A Faesa também emprestou equipamentos. Tudo foi muito importante para a gravação de qualidade que fizemos”, revela Perim.”
Para ler a matéria completa: http://site.aev.edu.br/exibeNoticia.php?not_id=558
No dia 24 de novembro o Projeto Linguagens da Terra realizou uma exposição de fotografias dos povos indígenas tupinikim e guarani da região de Aracruz no Bazar do Espaço Criativo De Casa. Em um evento descontraído e feito na parte da tarde de um sábado ensolarado, mesclou descontração e curiosidade por parte dos visitantes que passaram por ali. O objetivo foi promover essa quebra de ambientes, misturando uma intervenção cultural com o mundo fashion alternativo promovido, onde vendia-se roupas usadas e produtos feitos artesanalmente.
Lembram daquelas músicas que gravamos? Aqui vai uma prova do que foi… e um aperitivo pro que vem!
“Espiritualidade emanando. Sussurros correm baixo entre as pernas e pés. Batem forte ao chão, tendo como companheiro o takuapú. Corpos morenos adornados por branco e lábios anunciando sorrisos não revelados. Perceptíveis todavia. Abrem-se e libertam o som. Troteiam não sei aonde, pois o que se desloca são nossos interiores, somente. Interiorização. Apneia.”
Lembram daquelas músicas que gravamos? Aqui vai uma prova do que foi… e um aperitivo pro que vem!
“O som do tambor ecoou pela mata naquele sábado. A comunidade foi chegando a pé com seus instrumentos ao passo que alguns eram buscados de carro devido ao cansaço carregado nas pernas enrugadas de histórias. Nosso estúdio não era cercado por espumas e concreto mas de verde, um verde que inspira, remete aos tempos quando cantigas eram entoadas em roda, entorno ao fogo que à noite esquentava os tambores pela ausência do sol. Dizem que a técnica de esquentar o couro fora adquirida por diálogos com os negros, vindos da África. Que o som do tambor indígena era agudo e fraco, quase servindo apenas de marcação rítmica. Muitas dúvidas pairam sobre a formação do que hoje chamamos de congo, de canções outrora chamadas de cantigas de roda, dança do tambor, dança do guerreiro.”
Sinceros agradecimentos aos listados abaixo e aos anônimos, que mostraram o quão possível é o colaborativo.
Nesse momento acredito mais que nunca na força comunitária, muito valorizada por povos interioranos e que se perde um tanto na urbe. Agradeço de coração àqueles que colaboraram e apresento as palavras de Wera Djekupe Marcelo Guarani, que falam tudo.
Rosangela Pacini
Bianca Sperandio
Carla Francesca Sena Pera
Jo Baillargé
Alexandre Lucchese
Carlos Henrique Pompeu
Márcia Figueiredo Tokita
Celeste Ciccarone
AGB Rio GT Ambiente João Batista da Silva
Zanete Dadalto
Thayla Fernandes da Conceição
Edson Pereira Cardoso
Saulo Santos da Silva
Cleilson Teobaldo dos Reis
Deinis Alves de Sousa
Marlucia Ferraz Moulin
Luciana Silvares Nascimento
Breno Costa Vazzoler
Henrique Alves Oliveira
Paulo Louzada Castro de Oliveira
Lígia Moyses Nascimento
Diego Gustavo Locatelli Videla
marilda teles maracci
Bricia Neves de Moraes
Antonio Marcos Feitosa Perim
Luiza Duarte Bissoli
Tania Maria Borsoi
Tasso
Sanger Lya Machado da Silva
Victor Gonçalves de Carvalho Feitosa Perim
Matheus Henrique Triunfo Costa
Aline Almeida Hrasko
Laudiceia de Souza Guedes
Sylvia Gonçalves Batista
Silmer Gonçalves Batista
Caio Gonçalves de Carvalho Feitosa Perim
Luciana rennó
Raquel Lucena Paiva
Todos receberão email de agradecimento e terão os prêmios em breve. Dia 8 tem festa na aldeia, poderão ver de perto o trabalho realizado!
“Pessoal, dêem uma olhada neste vídeo com muito carinho.
São iniciativas como esta que alçam vôos, alcançam espaços e conquistam o lugar negado aos indígenas em nossa sociedade sectária e racista.
Contribuindo, você ganha os brindes propostos que, além de lindos, são expressão da resistência cultural exercida pelos povos indígenas desde a expansão da modernidade/colonialidade do século XVI. Não é pouca coisa.
Curtam, compartilhem e ajudem a causa indígena. Que são muitas, inúmeras!!!”
Estávamos recebendo amigos de fora no fim de semana passado. Os levamos a alguns lugares turísticos e menos turísticos, até um pouco lado B, para conhecerem a ilha e os entornos de forma local e, em meio a conversas, os foi oferecido a possibilidade de conhecer os índios daqui. O interesse foi coletivo e assim partimos para lá em dois carros, com turistas do sul e dois gringos, além de nós, capixabas da gema. No sábado, assim como vários outros sábados, os Guarani de Três Palmeiras (Boapy Pindo) promoveram um mutirão para reconstrução de partes da aldeia, abertura de trilhas, limpeza do local, tudo para acolher melhor os visitantes interessados nas culturas indígenas. Os todos simplesmente interagiram. Crianças foram se aproximando, os índios que já estavam cansados por ter começado bem cedo receberam muito bem nossa oferta de ajuda, tudo fluiu sem esforço. Acho que as fotos dirão tudo. Se quiserem ajudar ainda há tempo, os mutirões te darão uma energia e tanto! De quebra ainda tomamos um cafezinho com o Coordenador Guarani do projeto, Wera Djekupe, e família, sentados por todos os lados bem no estilo indígena.
Exposição fotográfica interacionista: Últimos Refúgios e Linguagens da terra em Birmingham, Inglaterra.
Abaixo, fotos de Leonardo Merçon do projeto Últimos Refúgios.
Linguagens da Terra com foto de Caio Perim em Provence, França, a convite do Espírito Mundo.
Índios Guarani e Caio Perim expondo na Casa Aberta durante feira do Centro de Vitória
Voltamos com nossa equipe para mais uma oficina, pois na primeira o grupo de jovens Tupinikim, nosso público alvo almejado, estava viajando para o Rio +20 e não pôde participar. Como combinado, vários deles compareceram e, para nossa surpresa, muitos que participaram da primeira oficina retornaram, e com a mesma empolgação ou até mais!
Mais uma vez promovemos um dia agradável e produtivo para ambos, oficineiros e oficinandos. Estávamos mais seguros de nossas performances e eles mais habituados aos equipamentos e técnicas exploradas. O que vimos acontecer durante a tarde, quando produzem de fato o vídeo, foi de surpreender. Vimos alí uma equipe coesa e proativa, trabalhando juntos para que o vídeo saísse como haviam planejado. A autonomia presente nas atitudes, a segurança ao assumir as funções que estudaram nas aulas específicas, tudo estava evidente. Muito satisfatório acompanhar a produção apenas oferecendo suporte técnico quando preciso, quem sabe acompanhado de um toque ou outro mas jamais interferindo na linha que estavam seguindo.
Parabenizo de coração quem participou. Oficineiros por terem sido precisos em suas oficinas e, principalmente, oficinandos por terem atingido o que atingiram. Abaixo está!
Dizem ser sábio o poder de comunicar com pouco. Sendo sucinto em palavras e prolixo nas imagens, eis o post sobre a gravação das músicas Guarani.
Espiritualidade emanando. Sussurros correm baixo entre as pernas e pés. Batem forte ao chão, tendo como companheiro o takuapú. Corpos morenos adornados por branco e lábios anunciando sorrisos não revelados. Perceptíveis todavia. Abrem-se e libertam o som. Troteiam não sei aonde, pois o que se desloca são nossos interiores, somente. Interiorização. Apneia.
Fotos tiradas por Bianka Rohr, Caio Perim, Jeremy Naud, Breno Vazzoler e quiçá por alguns indiozinhos desbravadores tecnológicos.